Às vezes pode parecer que estamos perdendo algo em nossas vidas. Reconhecer que estamos todos incluídos na abundância de Deus traz cura e soluções.
Por Mark Swinney
23 de novembro de 2022 – publicado no Christian Science Monitor, em tradução livre.
Por que alguém daria graças pelo que não tem? Ou, pelo menos, pelo que parece faltar?
Cerca de 700 anos atrás, um teólogo alemão chamado Meister Eckhart disse: “Se a única oração que você fizer em sua vida for ‘Obrigado’, isso seria suficiente.” Isso me lembra um relato poderoso da Bíblia. Para os vários milhares de famintos que, por três dias, seguiram Jesus enquanto ele ensinava, poderia ter feito sentido se dispersar para encontrar comida. Em vez disso, Jesus começou a falar com seus discípulos sobre alguns pães que eles tinham em mãos. Havia um total de apenas sete pães.
O que Jesus fez a seguir pode ter parecido surpreendente. Ele “mandou ao povo que se assentasse no chão; e tomou os sete pães e deu graças” (Marcos 8:6).
Agradeceu? Claramente, a falta não era um elemento da oração de Jesus. Ele pediu que os pães fossem distribuídos ao povo. Logo, não apenas toda a multidão foi alimentada, mas também houveram muitas sobras.
Parecia certo que havia uma grave falta de comida: sete pães para milhares de pessoas. Ninguém, nem mesmo seus discípulos, parecia sentir que havia o suficiente. Jesus, porém, via tudo de maneira tão diferente. Ele entendeu que o que realmente estava presente não era apenas um pouco de bem, mas uma abundância de bem. E Ele fez questão de agradecer por isso!
As orações de Jesus foram resultado do que Deus lhe havia revelado. As orações que são vibrantes e que mudam a vida decorrem não apenas de palavras mecânicas, mas de uma disposição de considerar as coisas além da visão estreita que os sentidos físicos oferecem. Então estaremos prontos para discernir as revelações de Deus sobre como as coisas realmente são – a realidade espiritual do amor de Deus e o cuidado abundante de toda a Sua criação. Então, não podemos deixar de agradecer pela bondade espiritual maravilhosamente presente que Deus concede a todos nós.
Perto do início de seu livro sobre oração e cura, “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras”, Mary Baker Eddy pergunta: “Estamos realmente gratos pelo bem já recebido? ” (pg. 3). Não precisamos implorar a Deus, que é o Bem Infinito, que nos entregue o que já nos foi dado. Em vez disso, a oração revela que, por meio da expressão ilimitada de Deus em nós – Sua descendência espiritual – nós atualmente possuímos perfeita integridade, habilidade, oportunidade ilimitada e assim por diante.
O valor da gratidão em oração foi provado para mim quando eu estava jogando no time de beisebol da faculdade e machuquei meu antebraço enquanto mergulhava para pegar uma bola. Mais tarde no jogo, quando foi minha vez de rebater, eu não conseguia nem balançar o bastão.
Minha saúde claramente parecia estar falhando. Pode ter sido tentador orar pedindo a Deus que me desse o que parecia me faltar – minha mobilidade e conforto – mas não o fiz. Eu sabia, por estudar a Ciência Cristã, que um reconhecimento agradecido do que já está espiritualmente presente é uma oração eficaz.
Daquele ponto em diante, algumas vezes a cada hora, aproveitei oportunidades alegres para agradecer. Permiti-me sentir gratidão sincera pela bondade permanente, e até pela perfeição, que Deus já estava expressando em mim – Seu amado filho espiritual. Eu simplesmente me apoiei nisso!
Logo me dei conta de que, como filho de Deus, na verdade não estava perdendo saúde. Enquanto eu continuava orando, me vi rapidamente curado, com total liberdade dentro (e fora) do campo de beisebol. Outro efeito muito bom foi que me senti mais tranquilo e cheio de amor pelos jogadores, tanto do meu time quanto dos outros times contra quem jogamos.
Quer estejamos orando por nós mesmos ou pelo mundo em geral, podemos contemplar com gratidão como, aqui e agora, cada um de nós é naturalmente capaz de sentir a bondade transbordante de Deus.